Avenida da Conduta

A presente intervenção incide na requalificação da Avenida da Conduta, entre a rotunda da Carvalha e a rotunda do Centro Ciclista, numa extensão de cerca de 1.670 m.

Por decisão do dono de obra, o projecto foi desenvolvido em duas fases: compreendeu, inicialmente, a requalificação geral do lado nascente da Avenida (sentido São Cosme – Fânzeres), numa superfície total de aproximadamente 27.462 m2, e, num segundo momento, a requalificação do lado poente (sentido Fânzeres – São Cosme), numa área de cerca de 22.037 m².

Mediante esta intervenção, a Câmara Municipal de Gondomar pretende proceder à requalificação da Avenida da Conduta enquanto eixo estruturante de circulação automóvel, ciclável e pedonal, com vista à criação de um percurso público equipado e altamente qualificado.

Apesar de se constituir como eixo rodoviário estruturante do concelho de Gondomar e via distribuidora principal, a Avenida da Conduta apresenta, ao longo da sua extensão, várias fragilidades resultantes de intervenções parciais com carácter de curto prazo. Os principais problemas manifestam-se ao nível da descontinuidade das soluções adoptadas, da fraca qualidade dos materiais e dos sistemas construtivos empregues, bem como da ausência de elementos, como vegetação e mobiliário urbano, que contribuem para o conforto dos utilizadores.

A solução arquitectónica apresentada, apesar de ter sido desenvolvida especificamente para o segmento da Avenida da Conduta compreendido entre a rotunda da Carvalha e a rotunda do Centro Ciclista, foi concebida tendo em conta as características do eixo rodoviário em toda a sua extensão. Desta forma, os princípios, a métrica e os perfis tipo adoptados, com adequadas variantes, poderão ser aplicados em futuras intervenções nos restantes segmentos da Avenida, permitindo a construção de um eixo rodoviário coerente e unitário.

Ao longo de toda a área de intervenção, o projecto prevê ainda a introdução de um separador central com 1,5 m de largura. Este elemento, para além de conferir ao perfil da via uma proporção mais equilibrada, favorecendo a leitura de duas faixas de rodagem separadas, cada uma com duas vias de tráfego, traz importantes benefícios ao nível da segurança, tanto para o tráfego rodoviário como para os peões.

Os passeios são constituídos por duas faixas. A primeira, contígua ao canal de rodagem, configura-se como um filtro de separação entre o tráfego automóvel e o tráfego pedonal. Esta área destina-se à localização de equipamentos, possui uma largura constante de 1,2 m e um revestimento em cubo de granito amarelo com a face visível serrada e bujardada e assentamento em contra-fiada.

Ao longo de toda a intervenção serão plantadas árvores da espécie Magnolia x Soulangeana, distanciadas entre si 11,0 m, e serão instalados candeeiros de iluminação pública a cada 33,0 m. Nesta faixa serão ainda colocadas papeleiras em ferro fundido, marcos de incêndio, assim como os elementos de sinalização rodoviária vertical.

A segunda faixa, entre as árvores e os terrenos particulares, é reservada ao tráfego pedonal.

Com uma largura média entre os 2,6m, do lado nascente, e 3,0 m, do lado poente, este canal apresenta uma configuração variável na medida em que absorve as irregularidades dos limites das propriedades existentes. Tal como na primeira faixa, a pavimentação será em cubo de granito amarelo, com a face visível serrada e bujardada, e assentamento em contra-fiada. Nesta zona serão posicionados bancos e bebedouros em granito especificamente desenhados para este projecto.

Do lado nascente, entre estas duas faixas, foi introduzida uma ciclovia bidireccional, com uma largura de 2 m. A opção da integração da ciclovia no passeio, afastada do tráfego motorizado, prende-se essencialmente com questões de segurança e conforto dos utilizadores. A sua pavimentação será realizada em resina drenante sem juntas, cuja cor será obtida através da selecção de inertes de cor clara, numa aproximação à tonalidade do granito amarelo.

No que se refere ao perfil da via, este foi redesenhado com vista à resolução dos diversos pontos críticos.

 

Castro Natali, 2017/2021