
Mais do que estruturas funcionais, os espaços que habitamos conseguem provocar emoções, moldar comportamentos e criar memórias. A arquitetura, especialmente quando pensada para a experiência sensorial, transforma-se num meio de comunicação subtil entre quem concebe e quem utiliza o espaço. Seja num teatro, num museu ou numa praça pública, o design define o ambiente e influencia a forma como o percebemos. Nos últimos anos, esta lógica tem sido levada mais longe, cruzando-se com tecnologia, interatividade e até realidade virtual.
Quando a arquitetura provoca sensações
A chamada arquitetura imersiva é aquela que vai além da função, criando atmosferas que envolvem o utilizador.
Luz, materiais, som e proporções são manipulados para despertar emoções específicas. Um bom exemplo disso são os espaços culturais, como o MAAT em Lisboa, onde o percurso do visitante é cuidadosamente pensado para guiar e surpreender.
Também hotéis, centros de congressos e até terminais recorrem ao design emocional como ferramenta para melhorar a experiência, apostando na fluidez, no conforto e na identidade sensorial dos espaços.
Do físico ao digital: ambientes recriados
Com a digitalização crescente, muitos destes princípios têm sido aplicados também a ambientes virtuais.
Plataformas interativas e aplicações imersivas inspiram-se na linguagem arquitetónica para construir espaços digitais, apelativos e funcionais. Deixamos aqui alguns exemplos:
Museus e exposições digitais
Em Portugal, é possível fazer uma tour virtual 3D ao Museu Nacional dos Coches e ficar a conhecer os elementos em exposição.
E caso queira viajar para fora, plataformas como o Google Arts & Culture permitem explorar galerias de arte, monumentos e interiores de museus icónicos como o Louvre, com imagens em alta definição, recriação de percursos e contextualização histórica.
Imobiliário e arquitetura virtual
Ferramentas como o Matterport ou o SketchUp Viewer permitem visitar virtualmente casas, edifícios ou espaços comerciais em 3D, com simulação realista de materiais, iluminação e circulação. Cada vez mais usadas por arquitetos e promotores imobiliários.
Espaços de retail e showrooms virtuais
A marca sueca IKEA, através do simulador KREATIV, solução de realidade aumentada, disponibiliza showrooms digitais onde é possível explorar o design de interiores, testar configurações e até usar realidade aumentada para visualizar objetos no espaço físico do utilizador.
Experiências culturais com layout virtual recriado
O Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, disponibiliza visitas imersivas ao edifício, com percursos digitais por bastidores, plateia e zonas técnicas — uma experiência que reforça a ligação entre o espaço físico e o espectador.
Esta tendência de recriar ambientes reais em plataformas digitais não se limita às artes performativas. Também no mundo do entretenimento, como nos casinos online, vemos uma aposta clara na simulação fiel dos espaços físicos tradicionais.
Por exemplo, a plataforma online de casino de Portugal Betano recria o ambiente de um casino físico através de elementos visuais inspirados na experiência presencial, principalmente nos jogos de mesa. Aqui as salas de blackjack, roleta e banca francesa, têm elementos alusivos a acabamentos em veludo, iluminação ambiente suave e cenários tridimensionais para uma maior envolvência.
Caso para dizer, tal como nas visitas virtuais ao teatro, também os casinos online procuram aproximar-se dos utilizadores através de ambientes imersivos que combinam tradição e inovação.
O design como ponto de contacto
Este cruzamento entre o real e o digital abre novas possibilidades para arquitetos e designers. É já comum ver experiências de realidade aumentada aplicadas a exposições, intervenções urbanas temporárias e simulações de projetos.
Este é o chamado design de experiências. Uma disciplina emergente entre arquitetura, tecnologia e arte, que ganha terreno, exigindo pensamento estratégico e sensorial.
Com o crescimento do metaverso em escala global (cerca de 1.2 biliões de Euros até 2023), é credível que a arquitetura digital atinja outra proporção, visto que cada vez mais marcas apostam na área para chegar aos seus consumidores.
Portanto, a arquitetura está longe de ser apenas um exercício de função e forma. Cada vez mais, o seu impacto está na capacidade de criar experiências que envolvem, inspiram e permanecem.
Seja num espaço cultural, num edifício de uso quotidiano ou numa plataforma interativa, o design continua a ser o elo entre quem cria e quem vive. E é nesse encontro que reside a verdadeira força da arquitetura contemporânea.
Foto: © Unsplash