Nuno Portas

Categorias: Arquitetura

 

Foi arquiteto e urbanista em Portugal e pelo Mundo, mas nunca se manteve longe de Vila Viçosa, onde nasceu em 1934, filho de um engenheiro de minas de origem galega. Na adolescência pintou, na juventude só queria saber de cinema, mas foi a arquitetura que o ganhou em adulto, quando começou a trabalhar no atelier de Nuno Teotónio Pereira, em 1958.

Fez muitos projetos na década de 1960, sendo o mais conhecido a igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, Prémio Valmor, e um dos raros edifícios modernistas a merecer a classificação de Monumento Nacional. No entanto, a sua obra mais querida talvez seja a incrível Casa Barata dos Santos, de 1963, junto à muralha do Castelo de Vila Viçosa, que considerou o seu “projeto-manifesto”.

A revolução de 1974 fê-lo secretário de Estado das Obras Públicas e foi aí que lançou um programa inédito, o SAAL, chamando arquitetos para, em conjunto com as populações, projetar casas para os muitos que então moravam em barracas. A partir de 1980, torna-se sobretudo urbanista ou, como prefere, “arruador”, um termo antigo para a profissão.

Trabalhou em Madrid e mais tarde no Rio de Janeiroe ensinou a disciplina ao longo de três décadas na Escola do Porto, ao lado de Távora ou Siza, mas também convidado em Milão ou em Paris. Nunca se demitiu do seu dever cívico e político, tendo sido vereador em Gaia ou mesmo membro da Assembleia Municipalem Vila Viçosa. E foi aqui que lançou a ideia de uma candidatura da vila a património da Unesco, tendo em mente não o conjunto monumental, mas sim a própria conceção urbana da vila ducal como um importante exemplo histórico da prática do urbanismo, essa ciência de projetar territórios harmoniosos para a vida das comunidades. Que assim aconteça. Nada o fará mais feliz.

 

A Magazine N9, Design por Catarina Portas
Ilustrado com imagens da Casa Barata Dos Santos em Vila Viçosa

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