Extensão do Jardim Gulbenkian vence Prémio Internacional de Arquitetura Paisagista

Categorias: Arquitetura

O projeto de extensão do Jardim Gulbenkian a sul, assinado pelos ateliês VDLA e Kengo Kuma, foi distinguido com o prestigiado Prémio do Júri LILA 2025 na categoria de Paisagem e Arquitetura.

A extensão do Jardim, que rodeia o renovado CAM Gulbenkian, é para o júri um exemplo de abordagem inovadora que articula passado e presente, natureza e arquitetura, transformando um espaço icónico da cidade num novo modelo de coabitação ecológica e urbana.

O projeto desenvolvido pelo arquiteto paisagista Vladimir Djurovic (VDLA) em colaboração com o arquiteto responsável pela renovação do CAM – Kengo Kuma – incorpora mais de seis décadas de desenvolvimento do pensamento paisagístico, segundo o LILA 2025. A intervenção foi concebida como um sistema em camadas, relacionando diferentes períodos e abordagens, da arquitetura modernista à ecologia contemporânea.

Um dos principais elementos da requalificação é a nova cobertura (Engawa), de estrutura leve, que estabelece um contraste formal com o edifício original do CAM. De acordo com o júri, o projeto “não procura resolver tensões, mas sim mantê-las vivas e torná-las produtivas”, refletindo uma intenção de integrar diferentes temporalidades e usos no espaço.

A extensão do Jardim foi desenvolvida com base no conceito de floresta urbana e utiliza exclusivamente espécies autóctones, de forma a que funcione como um sistema ecológico autónomo, promovendo habitats diversos e resilientes em plena área urbana.

Vladimir Djurovic optou por um traçado do Jardim que privilegia caminhos curvilíneos e acessíveis, integrando elementos naturais como sons, aromas e texturas, com atenção às variações sazonais. A transformação do espaço procurou também reforçar a ligação da Fundação à cidade. Foram demolidos e recuados os antigos muros perimetrais, criando uma praça pública em frente ao Palácio Vilalva. Elementos desses muros foram reutilizados na construção de bancos em calcário, e foram abertos vários novos acessos ao jardim.

Esta intervenção quis também promover uma abordagem aos jardins enquanto infraestruturas ecológicas e culturais, com funções que vão além da dimensão ornamental.

O prémio LILA (Landezine International Landscape Award) reconhece as melhores e mais inovadoras práticas na área da arquitetura paisagista. Foi criado em 2016 e já distinguiu projetos em inúmeros lugares do mundo.

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