Casa Ilhas das Berlengas – Na rua ainda inerte, promove-se um elemento de partida que tenta fomentar o início da vida comunitária e a unidade de vizinhança do sítio.
Este elemento expressa-se num volume elevado de identidade tradicional, que convive intimamente com a leitura promovida pela transparência contínua ao nível do utilizador, libertando o toque da peça no terreno.
O percurso conduz a uma envolvência formada por um conjunto de paramentos projetados que gerem a entrada e promovem o acesso ao interior da habitação, fazendo transparecer a zona social em open space munida de uma altura generosa.
Esta amplitude é organizada por um volume central que oculta diversas funções, entre elas o acesso ao terraço na cobertura que apela a um momento de contemplação do Castelo de Palmela no horizonte. Este vazio convida também os raios solares de poente a percorrem o teto abaulado da sala de jantar, conferindo conforto ao uso familiar no fim de um dia de trabalho.
A dinâmica dos volumes, condicionados pela geometria solar e relações visuais, utiliza o hall como rótula que orienta a função distributiva, afastando progressivamente a zona social da privada, que assume objetivamente um conjunto de volumes próprios, demarcando e valorizando cada suite como peça independente.
Cada suite revela à entrada um pátio privado que provoca a iluminação natural a viajar pela intimidade do espaço e que se descomprime com a verticalidade do pé direito, razão da introdução de um mezanino orientado ao envidraçado a nascente, que dinamiza o interior e promove uma forte relação com o cerne da zona lúdica exterior.
O espaço exterior, privado da rua e organizado como ponto focal de toda a habitação, recebe, para além das funções lúdicas, áreas soltas para futura apropriação familiar que fomentem identidade e usos, solicitando o contraste com a massa edificada.
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